O homem não é o único ser vivo que tem o benefício de ver o mundo às cores. Os animais têm poder visual, por vezes superior ao dos humanos, que lhes permite serem também portadores deste privilégio. Ao contrário do que se pensa, estejam em terra, no ar ou no mar, os animais adaptam-se às condições do seu habitat captando as cores necessárias à sua sobrevivência.
O aparelho óptico dos animais desenvolve-se de acordo com as suas necessidades (posição de caça ou de caçador) e é condicionado por vários factores (localização do habitat, clima e ambiente). Como no exemplo dos animais marinhos, que vivem nos fundos oceânicos onde a luz é baixa e a côr pouca, o que se pode tornar perigoso para a sua sobrevivência, o olho do peixe é desenvolvido para garantir a sua segurança no escuro.
Todas as imagens que os animais vêem, são captadas por células nervosas: cones e bastonetes. A quantidade destes dois componentes da retina (elemento do olho) é definida na evolução de cada um, enquanto se adapta às exigências básicas do seu habitat, os cones responsáveis pela visão diurna e os bastonetes, por serem sensíveis à luz, pela nocturna. Isto justifica o facto de os seres humanos, por terem um grande número de cones, verem melhor de dia do que de noite e, pelo contrário, os restantes seres vivos pelo imenso número de bastonetes, se destacarem melhor no escuro do que na claridade, por exemplo, a coruja.
Os animais poderão ser mono, di, tri e tetracromáticos, o que significa que poderão ver uma, duas, três ou quatro cores respectivamente, não incluindo a combinação de umas cores com as outras. Exemplos deste fenómeno são: os invertebrados que apenas percebem o violeta, índigo, azul, e tons esverdeados; as aves que sendo tetracromáticas percepcionam cores que o ser humano não consegue captar -uma série de lilases- úteis para a caça, o que as torna aptas para distinguir alimentos através da tonalidade da cor; os gatos dicromáticos; os cães, tricromáticos, que percepcionam cores de azul e amarelo têm um óptimo desempenho no escuro visto que também vêm uma escala de branco e cinzas; as abelhas que encontram o seu alimento pela radiação ultra-violeta; os ratos e os peixes, que sendo monocromáticos, apenas vêm o azul e azul-esverdeado; por fim os touros, e para desmitificar a associação feita nas touradas ao vermelho, este apenas fica irritado por que lhe apertam os testículos antes de ele partir para a arena, não tendo nada a ver a sua inquietação e irritação com a cor vermelha mas sim com nervosismo e dor que o animal sente.
Sendo percepção o processo mediante o qual a informação sensorial é activamente recebida, organizada e interpretada pelo cérebro, é fácil de compreender o porquê de existirem diversas diferenças na vida dos seres vivos, como é referido em cima.
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