As atitudes não são directamente observáveis, podendo ser inferidas a partir dos comportamentos, ou seja, daquilo que o indivíduo faz e diz. As actuações são o aspecto visível das atitudes que lhes estão na base. Em qualquer atitude é possível distinguir três componentes:
- Componente intelectual ou cognitiva:
Esta componente tem a ver com as crenças, ou seja, com aquilo que pensamos, que sabemos, ou que julgamos saber. Identifica-se com o que tomamos por verdadeiro. Quando afirmamos que a leitura desenvolve o espírito ou que o tabaco provoca o cancro, emitimos juízos que pensamos corresponderem à realidade por obterem confirmação na experiência e nas investigações científicas. [“eu penso, eu sei, eu julgo que…”].
- Componente emocional ou afectiva:
Esta componente é de carácter afectivo ou valorativo e refere-se aos sentimentos positivos ou negativos que nutrimos relativamente aos objectos, às pessoas, às situações e às ideias. Movemo-nos em função de preferências, afirmando “eu gosto” ou “eu prefiro”. Aprecio a leitura de bons livros? Que valor dou à saúde e à doença? Qual o prazer do tabaco?
- Componente comportamental:
É o resultado das interacções estabelecidas entre os elementos cognitivos e afectivos. Trata-se de uma predisposição ou intenção relativamente ao que pretendemos fazer ou dizer, ou seja, da tendência para reagir e actuar de dada forma. É o desejo de adquirir livros para ler, ou a vontade de não pôr um cigarro na boca.
Se o homem se dispusesse a agir apenas a partir da primeira destas componentes, o seu comportamento seria a expressão inequívoca e directa do seu modo de pensar. Em relação aos exemplos dados, todas as pessoas comprariam livros para ler e deixaria de haver fumadores. Porém, isso não se verifica. É que o homem não age apenas com base naquilo que sabe ou conhece. O que sabe tem que interagir com elementos relativos ao que aprecia, valoriza, prefere ou rejeita, antes de se determinar a agir num sentido positivo ou negativo.