CRÍTICAS
Apesar de em muitos aspectos a teoria behaviorista de Watson estar correcta, levantaram-se, ao longo do tempo, algumas críticas pertinentes, sobretudo no que diz respeito ao pouco ênfase que atribuiu aos factores biológicos na formação dos comportamentos. No entanto, muitas das críticas que se têm tecido sobre a sua teoria behaviorista são erradas e têm apenas em conta o que já se descobriu sobre o comportamento humano e não o que apenas se sabia nos inícios do século XX. Vou então abordar as teses de alguns autores que criticam o comportamentalismo e que considero serem as mais relevantes...
- O comportamento não é influenciado somente por estímulos, também a história da aprendizagem e até a representação do meio do sujeito são importantes. Podemos, por exemplo, estimular muito uma criança para que revele o culpado de algum acontecimento, contudo ela pode simplesmente não estar interessada em revelar essa identidade. Assim como o facto de existirem pessoas que não comem determinados pratos, apesar dos estímulos externos, porque elas não o encaram como um estímulo para si próprias;
- As nossas acções não têm forçosamente de estar associadas a um estímulo. Por vezes, os indivíduos podem comportar-se de uma dada forma (como, por exemplo, se estivesse a sentir cócegas), sem, de facto, estar a sentir algo. Há certas propriedades da nossa mente, como a dor, em que é inviável descrevê-las em termos comportamentais;
- A corrente behaviorista não explica a ocorrência de determinados fenómenos: “Eu não bebo água quando a vejo, apenas quando tenho sede.”. Com isto, vários enigmas do comportamento humano ficavam por esclarecer. De acordo com o que é defendido por muitos autores, é com esta questão que se prende a necessidade de estudar de um modo rigoroso os processos mentais que se estabelecem em cada pessoa. Desta forma, o estudo dos comportamentos ligar-se-ia também às predisposições, ou seja, às atitudes, segundo a personalidade dos indivíduos;
- Noam Chomsky foi um dos grandes críticos da corrente behaviorista. Segundo ele, a concepção de comportamento criada por Watson não era capaz de explicar os mistérios relacionados com a fala, sobretudo no modo como se processava a aquisição de competências linguísticas nas crianças. Para Chomsky, o indivíduo tinha de seleccionar um número infinito de frases e escolher aquela que se adequava à questão que lhe era lançada. Essa capacidade não era então conseguida se seguíssemos o condutismo, perante o reforço incessante de cada um das frases. Noam considerou que o poder de comunicação dos seres humanos seria a consequência da existência de “ferramentas cognitivas gramaticais inatas”;
- Piaget foi outro autor que se demarcou da teoria de Watson. Perante situações idênticas (S), diferentes indivíduos – educados no mesmo meio – têm reacções diferentes (R). Por exemplo, quando várias pessoas presenciam um acidente de viação, não agem todas da mesma forma. Umas correm para o local e chamam a ambulância, enquanto que outras, muito provavelmente entram em pânico ou fogem. Perante esta realidade, Piaget propôs uma interpretação mais alargada do comportamento, defendendo que este é, nada mais, nada menos, que uma manifestação de um personalidade (P), perante um acontecimento específico (S).
Evolução do conceito de comportamento...
O comportamento está dependente da interacção entre a situação (S) e a personalidade do sujeito (P), aquilo que o caracteriza e que por várias razões o tornam único e independente. O Homem é produto de um processo complexo entre os factores interiores e exteriores a si, dispondo de um grande capacidade de se moldar e de se adaptar ao meio que o rodeia. A personalidade constrói-se de acordo com as características herdadas e aquelas que vai adquirindo nas experiências que testemunha e vivência.
Concluindo...
Apesar de se cingir, nos seus estudos, ao comportamento observável e à experimentação, as teorias de Watson permitiram uma dinamização da Psicologia, enquanto ciência que tem por base o estudo do Homem e o seu comportamento. Rompendo com as concepções dominantes da sua época (sendo alvo de muitas críticas e até de um certo “desacreditar”), este psicólogo defendeu uma visão nova acerca do comportamento, explorando ao máximo as suas vertentes. Através do estudo do estímulo e da resposta (E e R), distanciou-se dos métodos mais complexos como o da introspecção. Assim, criando uma nova corrente da Psicologia – o Behaviorismo –, novas informações e ilações puderam ser compreendidas, no diz respeito ao modo como todos nós agimos, atribuindo grande importância ao meio envolvente e à prevalência dos aspectos aprendidos em sociedade, em relação aos que fazem parte do nosso ser, com os quais nascemos.
É certo que a atribuição de tão pouca importância à hereditariedade e, desta feita, aos factores biológicos, foi um dos aspectos menos correctos da sua teoria, facto esse que se constata, mais tarde, com a teoria de Damásio. Porém, tendo em conta a época histórica e as condições de que John Watson dispunha para levar adiante os seus estudos, facilmente percebemos que a sua carreira foi efectivamente marcante e revolucionária, o seu papel na área de que temos vindo a falar foi, sem dúvida, indiscutível
Apesar de em muitos aspectos a teoria behaviorista de Watson estar correcta, levantaram-se, ao longo do tempo, algumas críticas pertinentes, sobretudo no que diz respeito ao pouco ênfase que atribuiu aos factores biológicos na formação dos comportamentos. No entanto, muitas das críticas que se têm tecido sobre a sua teoria behaviorista são erradas e têm apenas em conta o que já se descobriu sobre o comportamento humano e não o que apenas se sabia nos inícios do século XX. Vou então abordar as teses de alguns autores que criticam o comportamentalismo e que considero serem as mais relevantes...
- O comportamento não é influenciado somente por estímulos, também a história da aprendizagem e até a representação do meio do sujeito são importantes. Podemos, por exemplo, estimular muito uma criança para que revele o culpado de algum acontecimento, contudo ela pode simplesmente não estar interessada em revelar essa identidade. Assim como o facto de existirem pessoas que não comem determinados pratos, apesar dos estímulos externos, porque elas não o encaram como um estímulo para si próprias;
- As nossas acções não têm forçosamente de estar associadas a um estímulo. Por vezes, os indivíduos podem comportar-se de uma dada forma (como, por exemplo, se estivesse a sentir cócegas), sem, de facto, estar a sentir algo. Há certas propriedades da nossa mente, como a dor, em que é inviável descrevê-las em termos comportamentais;
- A corrente behaviorista não explica a ocorrência de determinados fenómenos: “Eu não bebo água quando a vejo, apenas quando tenho sede.”. Com isto, vários enigmas do comportamento humano ficavam por esclarecer. De acordo com o que é defendido por muitos autores, é com esta questão que se prende a necessidade de estudar de um modo rigoroso os processos mentais que se estabelecem em cada pessoa. Desta forma, o estudo dos comportamentos ligar-se-ia também às predisposições, ou seja, às atitudes, segundo a personalidade dos indivíduos;
- Noam Chomsky foi um dos grandes críticos da corrente behaviorista. Segundo ele, a concepção de comportamento criada por Watson não era capaz de explicar os mistérios relacionados com a fala, sobretudo no modo como se processava a aquisição de competências linguísticas nas crianças. Para Chomsky, o indivíduo tinha de seleccionar um número infinito de frases e escolher aquela que se adequava à questão que lhe era lançada. Essa capacidade não era então conseguida se seguíssemos o condutismo, perante o reforço incessante de cada um das frases. Noam considerou que o poder de comunicação dos seres humanos seria a consequência da existência de “ferramentas cognitivas gramaticais inatas”;
- Piaget foi outro autor que se demarcou da teoria de Watson. Perante situações idênticas (S), diferentes indivíduos – educados no mesmo meio – têm reacções diferentes (R). Por exemplo, quando várias pessoas presenciam um acidente de viação, não agem todas da mesma forma. Umas correm para o local e chamam a ambulância, enquanto que outras, muito provavelmente entram em pânico ou fogem. Perante esta realidade, Piaget propôs uma interpretação mais alargada do comportamento, defendendo que este é, nada mais, nada menos, que uma manifestação de um personalidade (P), perante um acontecimento específico (S).
Evolução do conceito de comportamento...
O comportamento está dependente da interacção entre a situação (S) e a personalidade do sujeito (P), aquilo que o caracteriza e que por várias razões o tornam único e independente. O Homem é produto de um processo complexo entre os factores interiores e exteriores a si, dispondo de um grande capacidade de se moldar e de se adaptar ao meio que o rodeia. A personalidade constrói-se de acordo com as características herdadas e aquelas que vai adquirindo nas experiências que testemunha e vivência.
Concluindo...
Apesar de se cingir, nos seus estudos, ao comportamento observável e à experimentação, as teorias de Watson permitiram uma dinamização da Psicologia, enquanto ciência que tem por base o estudo do Homem e o seu comportamento. Rompendo com as concepções dominantes da sua época (sendo alvo de muitas críticas e até de um certo “desacreditar”), este psicólogo defendeu uma visão nova acerca do comportamento, explorando ao máximo as suas vertentes. Através do estudo do estímulo e da resposta (E e R), distanciou-se dos métodos mais complexos como o da introspecção. Assim, criando uma nova corrente da Psicologia – o Behaviorismo –, novas informações e ilações puderam ser compreendidas, no diz respeito ao modo como todos nós agimos, atribuindo grande importância ao meio envolvente e à prevalência dos aspectos aprendidos em sociedade, em relação aos que fazem parte do nosso ser, com os quais nascemos.
É certo que a atribuição de tão pouca importância à hereditariedade e, desta feita, aos factores biológicos, foi um dos aspectos menos correctos da sua teoria, facto esse que se constata, mais tarde, com a teoria de Damásio. Porém, tendo em conta a época histórica e as condições de que John Watson dispunha para levar adiante os seus estudos, facilmente percebemos que a sua carreira foi efectivamente marcante e revolucionária, o seu papel na área de que temos vindo a falar foi, sem dúvida, indiscutível