Actualmente, apesar de não haver ideias muito seguras sobre o assunto, fala-se de dois grandes sistemas de memória: memória a curto prazo e memória a longo prazo. Cada um destes sistemas tem divisões.
Memória a curto prazo
A memória a curto prazo é um sistema temporário de armazenamento da informação, podendo esta ser esquecida ou guardada num sistema (um “armazém” de grande capacidade e durabilidade) que a torne potencialmente permanente.
Há duas grandes componentes da memória a curto prazo: a memória imediata e a memória de trabalho.
A primeira é uma forma de memória com fraca capacidade de armazenamento e de reduzida durabilidade. Na verdade, é um “armazém” de capacidade limitada (capta de cada vez mais ou menos sete itens ou peças de informação) que consegue manter a informação captada (sem repetição) durante 20 a 30 segundos.
A memória de trabalho é uma forma de memória caracterizada por ser um espaço activo de trabalho onde a informação está acessível para uso temporário. É com ela que trabalhamos sempre que conversamos ou realizamos uma tarefa. Tal como uma secretária é uma área de trabalho onde utilizamos determinados materiais (caneta, caderno, livros, etc.), a memória de trabalho é a área onde se actualizam e são utilizados os conteúdos mnésicos necessários em dados momentos.
Memória a longo prazo
Tipo de memória relativamente permanente na qual a informação é armazenada para posterior utilização. Segundo os estudiosos, tem a capacidade de armazenar enormes quantidades de informação durante longos períodos de tempo (em muitos casos durante a vida inteira).
A memória a longo prazo é um sistema que se divide em dois subsistemas: a memória não declarativa e a memória declarativa.
A primeira é um tipo de memória a longo prazo que guarda as informações adquiridas de como saber fazer as coisas ou como efectuar procedimentos motores. Estas aptidões são adquiridas mediante a prática e incluem actos como comer com faca e garfo, guiar um automóvel, andar de bicicleta, a cavalo, tocar piano, escovar os dentes, etc.
A memória declarativa é um tipo de memória a longo prazo que armazena factos, informações gerais e episódios ou acontecimentos pessoais. Por isso, a memória declarativa subdivide-se em memória episódica e memória semântica.
A memória episódica é a subdivisão da memória declarativa que contém a memória de eventos ou episódios que vivemos pessoalmente. É uma memória autobiográfica que armazena ou grava, como se fosse um diário mental, os episódios mais ou menos significativos da nossa vida. Dito de outro modo, permite-nos saber quando e onde um evento ou episódio das nossas vidas aconteceu. Com base na memória episódica, podemos então declarar que estivemos em Pequim por altura dos Jogos Olímpicos, que começámos a estudar Inglês no 2º Ciclo, que aprendemos a conduzir um automóvel aos 18 anos, que já contraímos sarampo e varicela quando frequentávamos o último ano do 1º Ciclo, quando demos o primeiro beijo, uma determinada festa de aniversário, uma viagem de férias, o nascimento de um filho, que filme vimos a semana passada, etc.
Por fim, a memória semântica é a subdivisão da memória declarativa especializada no armazenamento de conhecimentos gerais, tais como regras, conceitos, normas e leis. Enquanto a memória episódica é uma espécie de diário mental autobiográfico, a memória semântica é a nossa enciclopédia e dicionário mental. Com base na memória semântica, podemos declarar qual a capital da Rússia, os nomes dos meses, fórmulas químicas, a tabuada, significados de palavras, regras gramaticais, estratégias para resolver problemas, etc.