segunda-feira, 10 de outubro de 2011

CONCEPÇÃO DO PSIQUISMO - 2ª TÓPICA

2ª Tópica- id, ego e superego

                À medida que os processos inconscientes foram sendo explorados e conhecidos, surgiu a necessidade de melhor os diferenciar, agrupando conteúdos e processos mais homogéneos e úteis, dado que o critério do grau de consciência se mostrou insuficiente para abordar toda a complexidade do funcionamento psíquico.

Surge então a 2ª tópica que para além de apresentar uma visão mais completa da 1ºtópica, integrando os níveis psíquicos: inconsciente, pré-consciente e consciente, descreve, também, de modo mais adequado a interacção dinâmica entre as instâncias psíquicas ou estruturas que asseguram determinadas funções. São elas ID, EGO e SUPEREGO - estruturas essenciais da personalidade e que nos acompanham, ao longo de toda a vida.

ID: viver segundo o princípio do prazer: o seu objectivo é a procura do equilíbrio e redução de tensão. Para isso, utiliza dois processos: as acções reflexas - reacções automáticas e inatas (movimentos involuntários, reflexos como pestanejar e espirrar) que geralmente reduzem a tensão imediatamente e o processo primário do pensamento – tenta-se descarregar a tensão formando a imagem mental do objecto que irá remover essa mesma tensão e satisfazer a necessidade.

No fundo, o Id  é o sistema original da personalidade, a matriz da qual se originam o ego e o superego. Consiste em tudo o que é psicológico, que é herdado e que está presente ao nascimento, incluindo as pulsões, especialmente de origem sexual, agressiva e destrutiva, dado que são estas as mais recriminadas pela sociedade. É, também, o reservatório da energia psíquica. Freud chamou-lhe de “verdadeira realidade psíquica” porque ele representa o mundo interno da experiência subjectiva e não tem nenhum conhecimento da realidade objectiva.

SUPEREGO: é regido pelo princípio da moralidade. É a força moral da personalidade, instância que pressiona o Ego para este controlar as pressões do ID, estabelecendo as normas e as regras sociais.

O superego representa o ideal mais do que o real e busca a perfeição mais do que o prazer. A sua principal preocupação é decidir se alguma atitude é certa ou errada, para poder agir de acordo com os padrões morais autorizados pelos agentes da sociedade. Trata-se, pois, do representante interno dos valores morais e regras da sociedade conforme interiorizados pela criança (através dos pais) e impostos por um sistema de recompensas e de punições, desenvolvendo-se em resposta a elas.

EGO: vive segundo o princípio da realidade e o processo secundário do pensamento. É a instância mediadora entre os impulsos do Id e os limites morais do Superego.


O Ego está intimamente ligado ao Id, procurando de forma realista satisfazer os impulsos deste. Viver segundo o princípio da realidade implica evitar a descarga de tensão até ser descoberto um objecto apropriado para a satisfação da necessidade, ou seja, existe para satisfazer as necessidades do Id e não para as frustrar. Contudo, o seu realismo sabe, ou aprende que nem tudo é possível, que nem sempre é legítimo fazer o que queremos, quando queremos. O Ego não é inimigo do Id, está de certa forma, ao seu serviço.

O processo secundário é o pensamento realista, um processo voluntário, lógico, planeado, racional e controlado. Por meio deste processo, o Ego formula um plano para a satisfação das necessidades do Id e depois testa-o normalmente com algum tipo de acção para ver se funciona ou não.

O Ego é, no fundo, uma estrutura que pretende manter o equilíbrio entre as exigências dos desejos do Id de acordo com a realidade e com as exigências do Superego, seleccionando as características do ambiente às quais vai responder e decidindo quais os impulsos que serão satisfeitos e de que maneira.

Devido à divergência dos seus princípios, as três instâncias entram em pleno conflito.

Surge, então, o dinamismo da vida psíquica!


Como exemplo:
O João acaba de conhecer uma jovem muitíssimo atraente.
O Id quer imediatamente ter relações sexuais com ela.
O seu Superego diz-lhe que isso é impossível e que tais pensamentos não lhe deviam ocorrer.
O seu Ego tenta remediar o conflito entre os outros dois.

                                                                    
Síntese elaborada por:
Ana Teresa
Catarina Couto
Liliana
12ºB

O que é a psicologia