sábado, 19 de novembro de 2011

ATENÇÃO


Encontram-se disponíveis, para consulta, em documentos de apoio às aulas, as apresentações abaixo indicadas.

Também podes clicar aqui
 "Agentes de transmissão genética" e
 "Ambiente e desenvolvimento epigenético".

TERAPIAS COGNITIVAS

Introdução:
As terapias cognitivas têm como base a seguinte crença: os comportamentos desajustados são o resultado das nossas cognições e pensamentos. Nestas terapias, a relação terapeuta ‹-› paciente é directiva. Dois exemplos de psicoterapias cognitivas são a terapia racional-emotiva de Albert Ellis e a terapia cognitiva de Beck. O objectivo destas terapias é mudar as cognições distorcidas.

Terapia racional-emocional de Albert Ellis

Ellis acreditava que as perturbações psicológicas que desenvolvemos se baseiam nas nossas crenças sobretudo nas irracionais e auto-destrutivas.

Para resolver esta situação ele criou a teoria A B C. Sendo A, o acontecimento que ocorre na vida do paciente que origina B, crença que se forma na sua mente. Esta crença faz com que se produza C, consequência emocional que leva a comportamentos desajustados.

O terapeuta tem de levar o paciente a aperceber se de que B é uma crença irracional, distorcida da realidade, auto derrotante. E que esta crença o esta a levar a ter comportamentos desajustados de ira, ansiedade e que são causadores de depressão. E incentiva-o a ter uma atitude mais racional, realista e mais favorável à sua auto estima.
xemplo de uma crença irracional e da atitude terapêutica de Albert Ellis:

Um indivíduo com excelentes qualificações queixa se de ser um fracassado porque não conseguiu o emprego que desejava. Eis um excerto da sessão terapêutica:

Indivíduo: Eu sou um miserável fracassado, sinto-me rejeitado, e isto é uma catástrofe horrível.

Ellis: Diga me quantas pessoas concorreram para esse emprego?

Indivíduo: Provavelmente mais de uma centena.

 Ellis: Era muita gente seguramente todos tinham excelentes habilitações só para um cargo não poderiam ser todos escolhidos.

Indivíduo: sim tem razão, mas…

Ellis: Repare não significa que você não tenha qualificações para o emprego, simplesmente não havia mais do que um lugar.

Indivíduo: Pois…
Síntese elaborada por:
Ricardo, Rita, Tatiana, do 12º B



A TERAPIA COGNITIVA DE BECK
Aaron Beck, especializa-se no tratamento de depressões. No entanto, defende que as pessoas têm uma visão negativa de si mesmas, do mundo e do futuro, como também, interpretam os acontecimentos de forma distorcida, ou seja, autocensuram-se. Nas situações do meio, os indivíduos fazem interpretações distorcidas (distorções cognitivas), que surgem como “pensamentos automáticos”, sendo estes, pensamentos negativos que persistem ao longo de si próprios. No entanto, estas interpretações existem mesmo que sejam opostas à realidade objectiva. Estes pensamentos automáticos têm problemas, pois são rapidamente aceiteis pela pessoa deprimida e são repetidos inúmeras vezes, que acabam por se tornar num hábito do indivíduo. Deste modo, trazem pensamentos e emoções desagradáveis, às quais não conseguimos ter uma consciência total, da sua influência nas nossas reacções emocionais.

Exemplo da terapia de Aaron Beck
Uma jovem apresenta-se deprimida perante Beck, por não estar a tirar boas notas na escola:
Jovem – Sinto-me deprimida, só tiro más notas.
Beck - Desde quando é que isso começou acontecer?
Jovem – Desde o início deste ano lectivo.
Beck – Quando começou o ano lectivo mudou alguma coisa na tua vida?
Jovem – Não estudo tanto como no ano passado… Antes fazia resumos, agora apenas fico pela leitura das matérias.
Beck – Então, pensa bem nisso.
Jovem – Realmente, pensando bem nisso, a redução dos apontamentos para a leitura acabou por influenciar as minhas notas.  
 Concluindo, esta terapia de Beck não dá a informação dos pacientes sobre os seus pensamentos desajustados. Tenta que sejam os pacientes a descobri-los e corrigi-los. Prefere este procedimento, pois faz com que os pacientes se apercebam que não dependem do psicoterapeuta.
Síntese elaborada por: 
 Sara Canteiro, nº 31, Inês Moreira nº29, Verónica Guedes nº28 do 12º B


Psicoterapias comportamentais

As psicoterapias comportamentais baseiam-se na modificação de comportamentos, sensações, desejos e pensamentos conscientes, de modo a excluir os comportamentos desadaptados ao meio social, como os comportamentos doentios e perturbadores.

Estes tipos de terapias utilizam um conjunto de técnicas e processos para alterar um determinado comportamento ou padrões de comportamentos, que se encontram num estado desadaptado ao meio envolvente do indivíduo.
Na perspectiva das terapias comportamentais, os comportamentos desadaptados não são a origem dos problemas mentais, mas sim os próprios comportamentos, isto é, o indivíduo, ao acreditar e ao ser influenciado com a ideia de que a origem do problema é exterior a ele, como é feito nas outras psicoterapias, ele vai excluir as suas pulsões, os seus desejos e os seus sentimentos interiores, que são na verdade a origem do problema. Deste modo, os indivíduos podem ter percepção dos seus problemas neurológicos mas acreditam que não têm capacidade de corrigir estes problemas, expandindo a existência deste problema. Estas psicoterapias usam determinados princípios behavioristas.

 Algumas técnicas utilizadas nesta modalidade de psicoterapia são: o Condicionamento Aversivo, a Dessensitização Sistemática, a Economia da Recompensa e a Modelação.

O CONDICIONAMENTO AVERSIVO

O Condicionamento Aversivo, ou Terapia da Aversão, é um tratamento que consiste em dar ao paciente uma experiência dolorosa ou desagradável para evitar a dependência de bebidas ou drogas, ou seja, esta terapia costuma ser utilizada para pacientes que tenham por hábito o consumo de bebidas ou drogas, que no final irá produzir um comportamento desagradável evitando o consumo delas no futuro.

Se o paciente tiver por hábito o consumo de bebidas alcoólicas, vai lhe ser dado uma droga que lhe irá produzir náuseas e quando a droga estiver para fazer efeito é oferecido ao paciente, uma bebida alcoólica para que o paciente relacione o estímulo desagradável com a bebida alcoólica.

Sendo assim, a bebida alcoólica vai ser sempre associada a algo desagradável evitando o consumo da mesma.

Síntese elaborada por: Daniel, Fábio e Gonçalo Cruz, do 12º B

DESSENSITIZAÇÃO SISTEMÁTICA
É uma técnica comportamentalista baseada no condicionamento clássico e é utilizada no tratamento de fobias e outros problemas de ansiedade.
            Esta técnica deriva do contracondicionamento, inventado por Mary Cover Jones nos anos 40 do século XX, que era usado para reduzir o medo de uma criança perante coelhos. Inicialmente, apresentou a uma criança a sua comida favorita. Posteriormente, aproximou da criança uma caixa que continha um coelho. A pouco e pouco, as sensações agradáveis causadas pela sua comida favorita começaram a associar-se à presença do coelho, diminuindo assim, o medo que este tipo de animal causava à criança.
            Actualmente, o contracondicionamento foi substituído pela dessensitização sistemática, inventada em 1950, pelo psiquiatra Joseph Wolpe. Esta técnica terapêutica tem duas fases (o relaxamento e a exposição gradual a estímulos fóbicos).
            Numa primeira fase, o paciente aprende a técnica do relaxamento muscular, que lhe permite atingir um estado de calma e tranquilidade até aí desconhecido. De seguida, procede-se a uma exposição gradual ao estímulo que provoca ansiedade e medo. Essa exposição pode ser realizada através da imaginação ou do real, embora seja mais eficiente quando o paciente enfrenta objectos e situações reais. Assim, o processo em geral consiste em submeter o paciente a situações reais ou imaginárias cada vez mais desagradáveis e desconfortáveis.
            Exemplo: A Patrícia tinha fobia de pássaros, o que fazia com que ela entrasse em pânico todas as vezes que saía de casa. Para combater esta fobia, a Patrícia foi falar com um psicólogo que lhe recomendou uma psicoterapia chamada dessensitização sistemática. Nas primeiras sessões houve uma indução constante por parte do psicólogo para que Patrícia conseguisse atingir um crescendo estado de acalmia (1ª fase). Após o psicólogo ter achado que Patrícia estava pronta, pediu para ela dizer as características de um pássaro (notando-se um aumento de ansiedade na Patrícia aquando a descrição). Algumas sessões depois, o psicólogo apresentou-lhe uma pena, incitando-a a tocar na pena e a manuseá-la (estas acções foram extremamente difíceis para a mesma, no entanto há um maior à vontade com a progressão das sessões). Por último, o psicólogo acompanha a Patricia a um parque onde existiam vários pombos. No início, ela procurou protecção mas após o choque inicial houve uma aproximação desta aos mesmos, acabando a sessão com ela a lançar pão aos mesmos. Todo este processo crescente de exposição de Patrícia aos pássaros consistiu na 2ªa fase.
Síntese elaborada por: Gonçalo Miranda, João Lemos  e joão Rui, do 12º B


A ECONOMIA DA RECOMPENSA


Esta técnica é utilizada em pacientes que perdem boa parte das suas aptidões sociais básicas e necessárias ao dia-a-dia, como por exemplo uma saudação.
De acordo com esta terapia, utilizada em hospitais psiquiátricos, sempre que o paciente realizar os comportamentos pretendidos ou desejáveis devem ser recompensados. Esta recompensa não é mais que uma rifa ou senha que depois podem ser trocados por reforços ou recompensas apetecíveis como doces, dinheiro, ida ao cinema, entre outros.
Supondo que o paciente tem medo de cavalos, ele vai observar durante várias sessões de forma progressiva pessoas a lidarem com a situação que ele tem dificuldades, neste caso, cavalos, sem lhes acontecer nada de mal, no final irá ter que fazer o mesmo para provar que ele também consegue lidar com os cavalos.
Esta terapia tem uma taxa de sucesso muito elevada.
Neste processo, o paciente vai desenvolvendo auto-estima para superar as suas dificuldades, ou seja, o paciente acabar por desenvolver crença para conseguir atingir resultados positivos à semelhança do modelo que vai observando ao longo de várias sessões
 



A MODELAÇÃO

Este processo tem como objectivo reduzir ou até eliminar situações que provocam medo ou ansiedade.

A modelação consiste em orientar de forma progressiva o paciente a perder medo ou ansiedade através da observação de um determinado modelo, normalmente pessoas, induzindo o paciente a imitação do modelo devido a ele apresentar facilidade na mesma situação em que o paciente sente dificuldades.

Supondo que o paciente tem medo de cavalos, ele vai observar durante várias sessões de forma progressiva pessoas a lidarem com a situação que ele tem dificuldades, neste caso, cavalos, sem lhes acontecer nada de mal, no final irá ter que fazer o mesmo para provar que ele também consegue lidar com os cavalos.

Esta terapia tem uma taxa de sucesso muito elevada.

Neste processo, o paciente vai desenvolvendo auto-estima para superar as suas dificuldades, ou seja, o paciente acabar por desenvolver crença para conseguir atingir resultados positivos á semelhança do modelo que vai observando ao longo de várias sessões.
Síntese elaborada por:
Joel Neves, nº19
Liliana Costa, nº21
Maria Lóio, nº22
12º B



Psicoterapias humanistas: 2- A terapias da Gestalt (Pearls)

A terapia da Gestalt tal como todas as outras teorias humanistas, incentiva o paciente a assumir-se e a ser responsável pelos seus actos e sentimentos de modo a compreender-se a si mesmo.

Frederick Perls, homem de origem judaica, nasceu a 8 de Julho de 1893 em Berlim, doutorou-se em medicina na Universidade de Berlim acabando por mais tarde ser estabelecido como psicanalista. Perls morre em Chicago a 14 de Março de 1970.


A teoria de Frederick Perls apresenta simultaneamente pontos comuns e contrários à teoria de Carl Rogers (terapia centrada na pessoa).

A terapia da Gestalt centra-se no presente e na consciência, pretendendo que o cliente desenvolva a consciência de si mesmo e aumente o grau da sua auto-estima dado que Perls acredita que grande parte dos problemas psicológicos advêm da negação de si mesmo assim como da dificuldade em expressar-se sentimentalmente.

Ao contrário da terapia centrada na pessoa, a teoria de Perls destaca-se pelo seu carácter fortemente directivo em que o terapeuta desafia, confronta e frustra as opiniões e avaliações do seu paciente para que o mesmo liberte, através do grito e do insulto os sentimentos negativos em que se envolve.

Em suma, a terapia da Gestalt é uma forma humanista e directiva de psicoterapia que procura confrontar os pacientes com os seus problemas emocionais e fazer com que os exprimam adequadamente.
Síntese elaborado por:
André Bebiano; Catarina Ribeiro; Catarina Couto do 12º B

Psicoterapias humanistas: 1- Carls Rogers: a terapia centrada na pessoa

Ao contrário da teoria psicanalítica, que valoriza a dimensão inconsciente e se foca no passado (memórias) do indivíduo, as psicoterapias humanistas focam-se no presente e valorizam os pensamentos e sentimentos conscientes. O objectivo destas psicoterapias visa promover o crescimento pessoal e a autocompreensão, ajudando, assim, o indivíduo no seu desenvolvimento ou evolução pessoal.

As psicoterapias humanistas englobam a terapia de Carl Rogers e a de Gestalt.

1.  Carl Rogers: a terapia centrada na pessoa

Para Carl Rogers todos os humanos são naturalmente bons. No entanto, não têm consciência do seu valor, pois apenas o reconhecem através de elogios de terceiros. Quando pensamos não estar à altura das expectativas dos outros, a nossa auto-estima diminui. Podemos, pois, dizer que existe uma dissonância entre o nosso eu ideal (o que desejamos ser de acordo com as expectativas dos outros) e o nosso eu real (aquilo que realmente somos).

Segundo Rogers, a pressão das expectativas sociais tem um papel fulcral na aceitação da própria personalidade, por parte do indivíduo. Quando a valorização do eu ideal é superior à do eu real, frequentemente, e como que uma protecção, as pessoas formam uma falsa imagem de si e é este factor que conduz ao conformismo. As pessoas tornam-se alguém que é, somente, a construção de aceitações e/ou negações da sociedade, mesmo que não se identifiquem como tal.

Ao atingirem um grau de conformismo preocupante, as pessoas que solicitam ajuda confrontam-se com um tratamento que visa que se tornem verdadeiramente conscientes dos seus sentimentos e desejos, através de um ambiente terapêutico acolhedor e de empatia. O terapeuta abdica de um papel directivo ou autoritário, assumindo, ao invés, uma atitude incondicionalmente positiva: ouve atentamente o paciente e encoraja a sua autonomia, bem como evita desaprovar com a sua opinião, fomentando a sua auto-estima e, desta forma, levando-o, sem qualquer género de pressão, a auto-descobrir a própria identidade.

Em suma, pode dizer-se que a terapia de Carl Rogers é uma terapia centrada na pessoa, pois procura criar, sem pressionar ou dirigir o cliente, as condições que tornem possível um real conhecimento e aceitação de si mesmo.

Síntese elaborada por:
Ana Paula Camões, nº1, Ana Luísa Simões, nº2 Ana Teresa Ramos, nº3do 12º B

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

PSICOLOGIA EDUCACIONAL

A psicologia educacional visa intervir quer a nível da família e da escola quer de outras instituições, com o propósito de melhorar os processos de ensino/aprendizagem e, assim, dar um contributo eficaz para o desenvolvimento global do aluno e das pessoas em geral.

Um dos aspectos mais significativos desta área consiste no estudo de problemas que surgem na educação de crianças e jovens, nomeadamente, dificuldades de aprendizagem, problemas de relacionamento social, conflitos emotivos e motivacionais, etc.

Para ajudar na resolução destes problemas, muitas escolas dispõem de um psicólogo escolar, cujas funções incluem as seguintes:

1. Avaliação das necessidades educativas do aluno.
2. Orientação e aconselhamento escolar e vocacional.
3. Discussão e proposta de medidas que visem a melhoria da acção educativa.
4. Formação e aconselhamento familiar.
5. Intervenção socioeducativa.

Com o conhecimento progressivo das variáveis que influenciam o processo educativo, a psicologia educacional tem-se empenhado mais na prevenção dos problemas do que na sua remediação. Nesse sentido, os psicólogos têm investido na promoção de acções de formação para professores e outros agentes educativos. Tais acções visam debater problemas relacionados com as características dos alunos, com as atitudes dos pais e dos professores e com as estratégias de ensino.

Psicologia do trabalho e das organizações

Esta área da psicologia tem como principal objectivo melhorar a eficiência, a satisfação e o bem-estar das pessoas no exercício da sua profissão. Com esse objectivo, e em cooperação com especialistas de diversas áreas, o psicólogo participa em programas que procuram melhorar a qualidade de vida das pessoas.
Os psicólogos organizacionais exercem actividades muito diversas que incluem as seguintes:
1 – selecção de pessoal.
2 – estudo de relações interpessoais.
3 – detecção de conflitos e tensões entre grupos.

4 – alívio do stress.

5 – adaptação dos trabalhadores ao ambiente físico (temperatura, humidade, ruído, luminosidade) e às máquinas que utilizam.
O âmbito de intervenção da psicologia organizacional tem vindo a tornar-se cada vez mais alargado, em correlação com o actual agravamento de problemas relativos à poluição ambiental, à superpopulação, ao aumento de tráfego ou à proliferação de maquinarias e de equipamentos modernos de todo o tipo.
O que alarga também o âmbito da psicologia do trabalho é o desenvolvimento da indústria de bens de consumo como automóveis, brinquedos, telemóveis, aviões, fogões, móveis, detergentes, frigoríficos e computadores, cuja produção tem de obedecer a normas de qualidade e de segurança, de modo a não afectar quem os produz ou quem os utiliza.

Psicologia Desportiva

A psicologia do desporto é um ramo da psicologia que se ocupa do comportamento do indivíduo nas situações de prática do desporto e dos fenómenos psicológicos ligados ao seu desempenho.
Deste conceito se depreende que a psicologia do desporto incide em respostas observáveis (o desporto traduz-se, essencialmente, por um conjunto de reacções motoras) e outras mais discretas, ocorridas no interior das pessoas (o desportista é um indivíduo com interesses, afectos e valores próprios). Neste sentido, o objectivo prioritário consiste na promoção do bem-estar do atleta, isto é, do funcionamento equilibrado do corpo e da mente, sem o que lhe é impossível corresponder às expectativas do público.
O conceito de situação de prática desportiva não se restringe aos momentos de competição, abrangendo os conceitos de aprendizagem, de treino, de estágio, de deslocações e de tudo o que ocorre depois do desempenho, como as vivências ligadas aos louros da vitória ou às amarguras da derrota. Há fama e há glória, mas também há que suportar as consequências negativas de lesões. Há infortúnios, desconsiderações, incompreensões e abandonos. Há uma complexidade de relações interpessoais, nem sempre agradáveis, com colegas de equipa, adversários, treinadores e dirigentes desportivos. Há o público e os órgãos de comunicação social, sempre prontos a admirar, a elogiar, a premiar, mas também a criticar e a denegrir, quantas vezes por meios impiedosos e incorrectos.

Daqui resultam razões mais que justificativas da implementação da psicologia do desporto. Se outras não houvesse, bastaria o facto de se tratar de uma actividade específica, sempre desempenhada em situação de palco ou de arena, de uma actividade que se nutre, exerce e atinge os objectivos em contexto de competição. Efectiva-se sempre contra alguém, o que torna inevitável a incerteza da vitória ou da derrota, e esta tensão é, no mínimo, desgastante.
O comité olímpico americano considera que a intervenção da psicologia do desporto deve fazer-se atendendo a três vectores fundamentais: clínico, educacional e de investigação.
Vector clínico (tem como objectivo ajudar os atletas com dificuldades de adaptação às situações específicas do desporto): 1 – elaboração de diagnósticos; 2 – orientação de uma psicologia adequada; 3 – investigação e desenvolvimento de terapias de neuroses, psicoses e outros distúrbios; 4 – aconselhamento de desportistas com problemas relacionados com drogas ou obesidade.
Vector educacional (tem como objectivo potenciar as capacidades dos atletas): 1 – fornecer informação respeitante ao desenvolvimento do atleta, aos aspectos relacionados com a sua motivação, dificuldades de aprendizagem, ou optimização do desempenho; 2 – participar em equipas técnicas de apoio ao atleta, em conjunto com o médico, treinador, fisioterapeuta, etc.; 3 – ensinar formas de controlar o stress, a atenção, etc.
Vector de investigação: tem como objectivo conhecer e caracterizar as diferentes actividades desportivas, as capacidades psicológicas que exigem e os factores que podem contribuir para a prestação de provas rentáveis.

O que é a psicologia