segunda-feira, 10 de outubro de 2011

ESTÁDIOS DE DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL

Segundo Freud o desenvolvimento da personalidade forma-se através de uma sequência de estádios psicossexuais que ocorrem desde o nascimento até a adolescência:

- Estádio oral

- Estádio anal

- Estádio fálico

- Estádio de latência

- Estádio genital


A cada estádio psicossexual corresponde uma determinada zona erógena, um conflito/experiência que pode deixar marcas  na personalidade adulta.


O estádio oral decorre entre o nascimento aos 12/18 meses, em que o bebé obtém prazer através de várias acções como: mamar no seio da mãe, levar objectos à boca, ganhar experiência e controlo sobre si próprio e descobrir novas coisas sobre o seu corpo. Neste estádio a zona erógena é a boca, lábios e língua. É a partir da boca que o bebé obtém o prazer, e descobre novas coisas. O conflito psicossexual é o desmame que ocorre no fim do período do estádio oral, em que o bebé deixa de mamar. A sexualidade é auto-erótica porque ele obtém o próprio prazer. Ocorre a formação do ego. 

Se a criança for desmamada demasiado cedo ou demasiado tarde, desenvolverá uma fixação, isto é, as necessidades características do desenvolvimento foram excessiva ou insuficientemente satisfeitas. Assim na sua personalidade adulta vai ter tendência para obter gratificação oral: fumar, beber, comer exageradamente, roer as unhas, consumir frequentemente pastilhas elásticas, bombons, passar horas ao telefone. Pode também apresentar características, quando adulta, como a credulidade, humor sarcástico, grande capacidade de argumentação ou obstinação na defesa das suas ideias, espírito critico, passividade e dependência.


O estádio anal decorre entre os 12/18 meses até aos 3 anos. O bebé obtém prazer através da estimulação do ânus ao reter e expulsar as fezes, continuando também a obter prazer através da boca, lábio e língua (estimulação oral). É nesta fase que as crianças começam a ganhar controlo da remoção de esfíncteres. Se a educação do asseio for demasiado exigente e severa, a criança pode reagir aos métodos repressivos retendo as fezes, assim a criança desenvolverá um carácter anal-retentivo, esta fixação pode dar origem a um individuo caracterizado pela teimosia, mania da pontualidade, avareza, egoísmo e pela obsessão com a ordem e com a limpeza. Poderá haver ainda uma outra reacção por parte da criança, em vez de reter as fezes revolta-se e expelias nos momentos menos apropriados, trata-se assim de um carácter expulsivo-anal. A zona erógena é o ânus. A sexualidade é auto-erótica e há um reforço do ego.


O estádio fálico decorre entre os 3 e os 6 anos. A criança tem tendência a seguir os hábitos do progenitor do mesmo sexo e ao mesmo tempo sente-se atraído pelo progenitor de sexo oposto. A zona erógena é a zona genital, as crianças sentem uma curiosidade entre a menina e o menino. É o período em que as crianças começam a masturbar-se. É neste estádio que surge o complexo de Édipo. Se o complexo de Édipo não for bem-sucedido / resolvido, o individuo adulto poderá desenvolver certas características.

Os homens têm tendência a seduzir várias mulheres, sendo pais de muitos filhos, Sucesso na carreira profissional, insucesso na vida sexual e profissional em virtude de sentimentos de culpa, podem também procurar em cada mulher com quem se relacionam a imagem da mãe.

No caso das mulheres também apresentam um estilo sedutor mas não têm qualquer contacto sexual, procuram também um homem que esteja ligado à imagem do pai.

Assim ambos os sexos apresentam dificuldades no plano do relacionamento sexual.

O estádio de latência  decorre entre os 6 anos e a puberdade. Neste período de tempo a criança começa a dar importância as relações com os colegas. É nesta estádio que ocorre a amnésia infantil em que a criança começa-se a deixar de se interessar tanto pela actividade sexual. A criança investe a sua energia nas actividades escolares. Não havendo nenhum tipo de fixação.



O estádio genital ocorre após a puberdade. Neste estádio surge uma activação da sexualidade, as pessoas de sexo aposto têm tendência a sentirem-se atraídas uma pela outra. O prazer sexual envolve todo o corpo, integrando todas as zonas erógenas, principalmente o órgão genital quando estimulado pelo parceiro. Este é o último estádio do desenvolvimento psicossexual. Não existe nenhuma fixação, mas sim um desenvolvimento da maturidade, a ultrapassagem da sexualidade auto-erótica, a satisfação do desejo sexual e a capacidade de amar e de cuidar.


Síntese elaborada por:
Sílvia
João
Ricardo
  12º C

CONCEPÇÃO DO PSIQUISMO - 2ª TÓPICA

2ª Tópica- id, ego e superego

                À medida que os processos inconscientes foram sendo explorados e conhecidos, surgiu a necessidade de melhor os diferenciar, agrupando conteúdos e processos mais homogéneos e úteis, dado que o critério do grau de consciência se mostrou insuficiente para abordar toda a complexidade do funcionamento psíquico.

Surge então a 2ª tópica que para além de apresentar uma visão mais completa da 1ºtópica, integrando os níveis psíquicos: inconsciente, pré-consciente e consciente, descreve, também, de modo mais adequado a interacção dinâmica entre as instâncias psíquicas ou estruturas que asseguram determinadas funções. São elas ID, EGO e SUPEREGO - estruturas essenciais da personalidade e que nos acompanham, ao longo de toda a vida.

ID: viver segundo o princípio do prazer: o seu objectivo é a procura do equilíbrio e redução de tensão. Para isso, utiliza dois processos: as acções reflexas - reacções automáticas e inatas (movimentos involuntários, reflexos como pestanejar e espirrar) que geralmente reduzem a tensão imediatamente e o processo primário do pensamento – tenta-se descarregar a tensão formando a imagem mental do objecto que irá remover essa mesma tensão e satisfazer a necessidade.

No fundo, o Id  é o sistema original da personalidade, a matriz da qual se originam o ego e o superego. Consiste em tudo o que é psicológico, que é herdado e que está presente ao nascimento, incluindo as pulsões, especialmente de origem sexual, agressiva e destrutiva, dado que são estas as mais recriminadas pela sociedade. É, também, o reservatório da energia psíquica. Freud chamou-lhe de “verdadeira realidade psíquica” porque ele representa o mundo interno da experiência subjectiva e não tem nenhum conhecimento da realidade objectiva.

SUPEREGO: é regido pelo princípio da moralidade. É a força moral da personalidade, instância que pressiona o Ego para este controlar as pressões do ID, estabelecendo as normas e as regras sociais.

O superego representa o ideal mais do que o real e busca a perfeição mais do que o prazer. A sua principal preocupação é decidir se alguma atitude é certa ou errada, para poder agir de acordo com os padrões morais autorizados pelos agentes da sociedade. Trata-se, pois, do representante interno dos valores morais e regras da sociedade conforme interiorizados pela criança (através dos pais) e impostos por um sistema de recompensas e de punições, desenvolvendo-se em resposta a elas.

EGO: vive segundo o princípio da realidade e o processo secundário do pensamento. É a instância mediadora entre os impulsos do Id e os limites morais do Superego.


O Ego está intimamente ligado ao Id, procurando de forma realista satisfazer os impulsos deste. Viver segundo o princípio da realidade implica evitar a descarga de tensão até ser descoberto um objecto apropriado para a satisfação da necessidade, ou seja, existe para satisfazer as necessidades do Id e não para as frustrar. Contudo, o seu realismo sabe, ou aprende que nem tudo é possível, que nem sempre é legítimo fazer o que queremos, quando queremos. O Ego não é inimigo do Id, está de certa forma, ao seu serviço.

O processo secundário é o pensamento realista, um processo voluntário, lógico, planeado, racional e controlado. Por meio deste processo, o Ego formula um plano para a satisfação das necessidades do Id e depois testa-o normalmente com algum tipo de acção para ver se funciona ou não.

O Ego é, no fundo, uma estrutura que pretende manter o equilíbrio entre as exigências dos desejos do Id de acordo com a realidade e com as exigências do Superego, seleccionando as características do ambiente às quais vai responder e decidindo quais os impulsos que serão satisfeitos e de que maneira.

Devido à divergência dos seus princípios, as três instâncias entram em pleno conflito.

Surge, então, o dinamismo da vida psíquica!


Como exemplo:
O João acaba de conhecer uma jovem muitíssimo atraente.
O Id quer imediatamente ter relações sexuais com ela.
O seu Superego diz-lhe que isso é impossível e que tais pensamentos não lhe deviam ocorrer.
O seu Ego tenta remediar o conflito entre os outros dois.

                                                                    
Síntese elaborada por:
Ana Teresa
Catarina Couto
Liliana
12ºB

domingo, 9 de outubro de 2011

Concepção do Psiquismo - 1ª tópica

Consciente, Pré-consciente e Inconsciente

Primeiramente acreditava-se que o homem, sendo um ser racional, conseguiria controlar os seus impulsos através da vontade, negando a existência do inconsciente.

Esta teoria foi contestada por Freud cujo objectivo de estudo era o inconsciente, onde este acreditava estar a ligação entre todos os acontecimentos mentais.

O psiquismo humano é encarado por Freud como um icebergue, do qual apenas uma pequena parte emerge da superfície da água.
A parte emersa corresponde ao consciente . Nele estão os raciocínios, os pensamentos e as percepções que a pessoa é capaz de voluntariamente evocar e controlar segundo as suas necessidades ou desejos e conveniências do meio social.

É a parte da mente humana a que é possível chegar através da introspecção, ou seja, através da observação do que se passa no interior da nossa mente, dos fenómenos psíquicos que acontecem na nossa consciência. Ao contrário do inconsciente, é possível controlar voluntariamente o consciente dependendo das necessidades e exigências do ser humano. Até então, o ser humano era definido como um ser racional que controlava as suas acções através da sua vontade. Para Freud, a existência apenas do consciente não explicava muitos dos comportamentos humanos, designadamente certas patologias, o que levou Freud a afirmar a existência do inconsciente.

Freud refere ainda o pré-consciente (faz a ligação entre o consciente e o inconsciente), o qual corresponde, no icebergue, a uma zona flutuante de passagem entre a parte visível e a oculta. É constituído por conteúdos psíquicos (memórias, conhecimentos armazenados) que podem ser recuperados de forma relativamente fácil. A sua função é impedir a manifestação de pulsões socialmente inaceitáveis, ocorrendo o recalcamento. O recalcamento é um processo normal e indispensável ao equilíbrio psicológico e social do indivíduo; porém, há limites para além dos quais pode ocasionar o aparecimento de comportamentos neuróticos. É em especial destes casos que a psicanálise se ocupa.

A parte submersa corresponde ao inconsciente, formado por instintos, pulsões e desejos, muitos dos quais são socialmente inaceitáveis. O inconsciente é como um vasto contentor, onde estão depositados impulsos e motivos de base biológica. As duas categorias de instintos existentes no inconsciente humano são Eros (deus grego do amor) e Thanatos (deus grego da morte). Eros simboliza o instinto de vida que assegura as necessidades básicas: alimento, bebida, sexo; Thanatos representa o instinto de morte que está presente em todos os comportamentos agressivos e destrutivos.

O conjunto de pulsões e desejos inconscientes, essencialmente os de natureza sexual, possuem um dinamismo próprio cujo papel na determinação do comportamento humano é superior aos dos fenómenos conscientes.
Síntese elaborada por:
Adriana Ribeiro,nº1
Ana Nunes,nº3
Ruben Andrade,nº23
12ºB

INTRODUÇÃO À PSICANÁLISE

BIOGRAFIA DE FREUD
Sigmund Freud nasceu em 1856 na República Checa. Foi médico e criador da Psicanálise. Este estudante da mente humana ficou célebre pelas suas inúmeras experiências e descobertas no campo do pensamento humano. Freud observava os diversos comportamentos e tentava explicá-los através do estudo das situações traumáticas vividas pelos doentes. A carreira de Freud foi fortemente influenciada por Charcot aquando da sua viagem a Paris. Charcot utilizava o método da hipnose para tratar a Histeria, problema até então atribuído unicamente ao sexo feminino. Mais tarde, Freud, após experimentar o método da hipnose e em concordância com o famoso médico, Josef Breuer, chegou à conclusão que a Histeria não era apenas uma doença do género feminino mas também do masculino e concluiu que a origem desta doença estava no inconsciente do indivíduo.
O auge da sua carreira verificou-se em 1897 quando realizou o inédito: estudou o seu próprio inconsciente e os seus sonhos. Esta auto-análise levou-o a compreender melhor as situações em que os doentes se encontravam, colocando-se no lugar de observador e observado. Em 1939, acabou por morrer com um cancro no maxilar devido ao consumo excessivo de charutos.

Curiosidades/Aspectos importantes da vida de Freud:

• Um marco muito importante na vida de Freud foi o contacto com Charcot e Breuer, essa experiência conjunta levou o psiquiatra a avançar no seu estudo e a melhorar o seu método de compreensão do inconsciente;

• A criação da psicanálise como método de cura de neuroses foi outro factor importante para o progresso da Psicologia;

• A auto-análise foi talvez o maior acto de dedicação à profissão por parte de Freud. Foi algo inédito e a que poucos se conseguiriam submeter;

• Freud foi o primeiro a atribuir a sexualidade como causa das neuroses;

• Pela primeira vez foi estudada, mais profundamente, a sexualidade infantil e os seus estádios;

• O facto mais curioso da vida de Freud foi, talvez, a ironia subjacente à sua morte. Os seus 83 anos de vida foram dedicados ao estudo e à observação do inconsciente e do comportamento humano para, assim, tratar dos problemas dos doentes. Freud deixou para trás o seu próprio problema, vício de fumar charutos, que acabou por matá-lo.

OBJECTO DE ESTUDO PARA FREUD: O INCONSCIENTE

Freud deu uma grande contribuição para o objecto de estudo da psicologia pois, embora não tenha sido o primeiro a falar do inconsciente, foi o primeiro psicólogo a afirmar que o inconsciente tem um papel mais influente na nossa vida psíquica que o consciente, referindo que “A consciência é apenas a ponta do Iceberg”. Daí, o objecto de estudo da psicologia, para Freud, ser o inconsciente. Segundo ele, o inconsciente é um dos três níveis do psiquismo e domina a nossa vida psíquica. Define-o como um “lugar psíquico” ou um sistema do nosso aparelho psíquico que contém desejos sexuais e agressivos, sentimentos, impulsos, recalcamentos, ideias, que estão “situados” nas profundezas da nossa mente, aquém da consciência, isto é, que não podem ser trazidas voluntariamente à consciência.
A descoberta de que os processos psíquicos inconscientes influenciam em grande parte o nosso comportamento, personalidade e motivações levou a uma Revolução Psicanalítica. A partir daí, a psicologia passa a ser a ciência que estuda o comportamento e os processos mentais, não só os conscientes mas também os que provém do inconsciente. Devido a esta descoberta, com a aplicação do método psicanalítico, Freud fundou uma nova corrente da psicologia: a psicanálise. Assim, foi nomeado o “pai” da psicanálise.


PSICANÁLISE:

Sigmund Freud fundou a psicanálise, a fim de curar doentes com neuroses, sem que persistissem efeitos secundários da hipnose.
A psicanálise era então realizada com um paciente que estaria numa posição confortável (normalmente deitado num divã) e consistia numa simples conversa, em que era pedido ao doente que se debruçasse sobre todos os assuntos que lhe pudessem ocorrer, mesmo aqueles que não considerasse relevantes. Freud verificou que ao falarem de experiências traumáticas anteriores, os seus pacientes conseguia libertar-se dos seus distúrbios neuróticos.
A psicanálise é considerada uma teoria, uma vez que Freud alterou a concepção de processos mentais até aí existente ao considerar a actividade inconsciente a instância dominante da nossa actividade psicológica, considerando assim secundária a actividade consciente no que toca à determinação do nosso comportamento e processos mentais.
Por outro lado a psicanálise consiste num método de investigação na medida em que pretende detectar o factor que causa a psiconeurose ao indivíduo, isto é, pretende-se que o doente seja capaz de concluir o seu processo de cura falando sobre o acontecimento ou acontecimentos que lhe deram origem.
Por último entende-se que a psicanálise á uma técnica terapêutica, visto que utiliza diferentes procedimentos, tais como associações livres, análise dos actos falhados, interpretações dos sonhos e processos de transferência, que consistem em técnicas que a que o psicanalista deve recorrer a fim de orientar o processo de cura do seu paciente.

Objectivos da Psicanálise:

O processo psicanalítico visa não só uma tomada de consciência, por parte do paciente, da causa dos seus distúrbios, mas também chegar às zonas inconscientes dos processos mentais do indivíduo, pois a cura dos pacientes só é possível quando estes trazem ao consciente os seus processos mentais inconscientes.

SEXUALIDADE INFANTIL

Devido à sua larga experiência como psicanalista, Sigmund Freud viu-se obrigado a verificar que a causa dos distúrbios psicológicos de muitos dos seus doentes, estavam directamente relacionados com a opressão e repressão de desejos sexuais que estes haviam tido na sua infância.
No início do século XX, Freud afirmou a existência de uma sexualidade infantil, o que originou um enorme escândalo, uma vez que as crianças eram vistas como seres indefesos e inocentes e a sexualidade era um assunto delicado, e associado pela maioria das pessoas à genitalidade.
“Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade” foi o trabalho que lhe possibilitou não só concluir a existência de uma sexualidade infantil, como também delinear os diferentes estádios do desenvolvimento psicossexual da criança.


A importância da infância:

A infância é uma fase de desenvolvimento determinante para a criança e posteriormente para o adulto que esta se irá tornar. Todos os acontecimentos marcantes na infância da criança irão manifestar-se mais tarde. Logo, é crucial que esta tenha oportunidade de se exprimir para que não desenvolva traumas nem fobias devido à opressão ou repressão de sentimentos que esta poderá manifestar perante determinadas situações.


SEXUALIDADE E GENITALIDADE

Freud dissocia sexualidade de genitalidade atribuindo uma definição distinta a cada um destes termos.
Caracteriza a sexualidade como sendo toda a actividade que provoca prazer ao indivíduo. Não se centra apenas nos órgãos genitais, mas em todas as partes do corpo que possam provocar bem-estar e satisfação.
Freud, é, assim, o primeiro a afirmar que existe uma sexualidade infantil, sugerindo que esta possui diferentes estádios (oral, anal, fálico, latência, genital) ao longo da infância e adolescência da criança.
A genitalidade, tal como o termo sugere, está associada aos órgãos genitais e ao prazer que se pode obter a partir dos mesmos.


NOVA CONCEPÇÃO DE HOMEM

A concepção de Homem pré-freudiana, defendia que o Homem era um ser dominado pela razão. Desta forma, era através da vontade que o Homem dominava os seus impulsos.
A teoria freudiana além de apresentar uma nova concepção do aparelho psíquico (psíquico não é sinónimo de consciente) permite que um novo Homem se revele: um Homem que não é reprimido pela razão, um Homem dotado de pulsões, impulsos, desejos, interdições, etc, essencialmente de carácter afectivo-sexual, inconsciente e agressivo. Assim, Freud defende que o Homem tem como motivação essencial o prazer e que não vive receando a sua própria vontade de prazer, em busca da harmonia interior e equilíbrio psíquico.
Para Freud, o Homem não é dono de si próprio. É sim, aquilo que os seus desejos e as normas dos outros (principalmente as entidades paternais) fizeram dele, quando ainda não tinha uma identidade definitiva.
Freud vai introduzir, também, uma nova concepção de Homem que se desenvolve ao longo de cinco estádios de desenvolvimento e apresenta ainda uma nova estrutura da personalidade que consiste numa dinâmica entre Id, Ego e Superego.

Síntese elaborada por:
Mariana Flores
Tiago Silva
Raquel Ferreira
12ºC

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Ficha de verificação de conhecimentos

Aqui está a primeira ficha de escolha múltipla para testar e verificar os conhecimentos relativos a conteúdos já lecionados.

Acede aqui
FREUD - Para Além da ALMA

O Filme Freud - Para além da Alma, assim como a sua respetiva sinopse, encontram-se agora disponíveis na seção "Vídeos de apoio às aulas".
ATENÇÃO

Encontram-se disponíveis em "Vídeos de Apoio à aula", vídeos que ajudarão na realização dos trabalhos de grupo sobre Freud.

Nos finais do século XIX assistimos ao que podemos designar por era da Psicologia experimental. Nesta altura, todas as áreas do saber que pretendem obter o estatuto científico, têm de preencher os seguintes requisitos: submissão plena aos factos e a decomposição da matéria de que se ocupam em elementos mais simples. Ciências como a Física e a Química são áreas de estudo valorizadas.

 WUNDT
Não é tarefa fácil datar o início de uma ciência, porque todo o conhecimento científico é fruto de um processo em que há sempre vários intervenientes. No entanto, há o consenso geral de que a criação do primeiro laboratório de Psicologia constitui um marco de referência para a criação da Psicologia enquanto ciência.
Wundt quer fazer da Psicologia uma ciência à semelhança da Química, isto é, é uma ciência experimental, por isso cria o primeiro laboratório de Psicologia, em Leipzig, na Alemanha, em 1879.
Segundo Wundt, o objeto de estudo da Psicologia é a consciência e os seus processos mentais. Concebe a consciência como sendo constituída por elementos simples: as sensações. Os processos mentais resultam das associações destas unidades básicas.

Neste laboratório, Wundt e os seus alunos ouvem, analisam e interpretam as descrições dos pacientes sobre o que sentem quando são expostos a determinado estímulo, visual ou auditivo, por exemplo. Cada um dos pacientes, por ter vivido uma determinada experiência, descreve e analisa as sensações e emoções que sente o mais detalhadamente possível. Como esta descrição corresponde a uma análise interior, o método da Psicologia é, para este autor, a introspeção. Mas este relato é feito em condições controladas por Wundt. As experiências são realizadas por quem sabe relatar o mais fielmente possível as suas sensações. Isto significa que se trata de uma introspeção controlada ou provocada. Pede-se ao sujeito submetido a determinadas estimulações, para observar os estados interiores e para fazer deles uma descrição sincera e exata. É um método de auto-observação, uma vez que é possível através dele que uma consciência se observe a si mesma.

Este método apresenta algumas limitações, quer a nível de rigor quer a nível de aplicação.

Vejamos algumas dessas limitações:

- Não permite um conhecimento objetivo uma vez que a análise dos estados interiores são relatados pelos próprios sujeitos, sendo por isso subjetivo. O sujeito é simultaneamente observador e observado: é difícil dividirmo-nos em dois – um que está a ser observado e outro que observa.

- A análise efetuada é sempre posterior à sensação, portanto acaba por ser uma retrospeção. Os fenómenos psíquicos não se dão em simultâneo com a sua observação, esta é feita sempre depois daqueles. Isto significa que o que descrevemos corresponde à memória que temos daquilo que experienciámos antes e não do que experienciamos diretamente, o que não pode ser exatamente a mesma coisa, pode provocar distorções.

- Pode ser difícil aos sujeitos a descrição do que se passa no seu interior, nomeadamente por não possuírem a linguagem mais correcta para tal. Nem sempre a linguagem é o espelho fiel do pensamento.

- Não tem uma aplicação universal, não pode ser aplicado a quem não seja capaz de fazer uma auto-análise: crianças, doentes mentais e animais.

- Só pode ser aplicado a fenómenos conscientes, não sendo possível a observação de fenómenos inconscientes

Em conclusão:
Com o estruturalismo de Wundt, a Psicologia assume-se como uma ciência autónoma.

O papel pioneiro de wundt na história da Psicologia é inegável: cria o primeiro laboratório experimental de Psicologia, apresenta um objeto de estudo para a Psicologia (a consciência e os processos mentais) e um método específico de trabalho: a introspeção controlada.

O que é a psicologia