quarta-feira, 18 de abril de 2012

FONTES DO PRECONCEITO


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Preconceitos e discriminação



Preconceito é uma atitude geralmente negativa em relação a membros de um grupo, resultante de um juízo desfavorável que foi prévia e infundadamente constituído.

Pode conduzir à discriminação :
- O preconceito sugere uma predisposição ou tendência para discriminar.

- Discriminação: acção ou comportamento negativo que visa afectar os membros de um dado grupo em virtude da sua presença nesse grupo.

- É a manifestação comportamental do preconceito.

Estereótipos - vantagens e desvantagens

ESTEREÓTIPOS:
Conjunto de crenças ou modos de pensar que generalizam ou atribuem a todos os indivíduos de um grupo características que se podem encontrar apenas em alguns. Podem ser positivos ou negativos.

VANTAGENS:

- Manifestam elevado poder cognitivo e preditivo, o que nos permite movimentar com segurança no grupo social e fazer antecipações em relação ao que vai acontecer.
- Apresentam uma enorme eficácia quanto à integração social dos indivíduos, já que são respostas aprendidas no contacto social cuja utilização faz com que nos sintamos devidamente integrados no grupo.
- Integram-nos no grupo a que pertencemos, assegurando a sua coesão e unidade face a outros grupos.

DESVANTAGENS:

- Assinalam o triunfo das aparências sobre a realidade.
- Podem ser factores de tensão e de conflito entre grupos.
- Exprimem uma moralidade fechada e muitas vezes mesquinha.
- Inibem ou impedem que consideremos os membros dos outros grupos enquanto indivíduos.
- Limitam as nossas expectativas quanto às atitudes e comportamentos dos membros do grupo estereotipado.

Tipos de grupo: primários e secundários

 

Grupos primários:
  • Pequenas dimensões;
  • Caracterizados fundamentalmente por motivações afectivas;
  • A comunicação é directa;
  • As relações são muito frequentes;
  • Caracterizam-se pela informalidade e espontaneidade;
  • Regras flexíveis
Exs: famíia, grupos de amigos, a turma.

Grupos secundários
  • Maior número de elementos que os primários;
  • A comunicação e as relações que se estabelecem não são directas;
  • O relacionamento está marcado pela formalidade e impessoalidade;
  • Regras explícitas.
    Exs: sindicatos, partidos políticos.

CARACTERÍSTICAS DE UM GRUPO:
  • Unidade social constituída por uma ou mais pessoas que:
  • Interagem com frequência e estabilidade temporal;
  • Partilham de normas e valores comuns;
  • Participam de um sistema de papéis;
  • Cooperam para atingir determinado objectivo;
  • Reconhecem e são reconhecidos pelos outros como pertencentes ao grupo.

Um grupo não é um aglomerado de pessoas nem uma categoria sociológica:


Aglomerado de pessoas – conjunto de pessoas que, embora possam interagir por alguns momentos, têm como característica essencial a proximidade física ou estarem espacialmente juntas.


Categoria sociológica – conjunto de pessoas que têm algumas características em comum, como a pertença a uma mesma etnia, o desempenho da mesma profissão (…) mas maioria dos membros não se conhece, nunca interagiu.

A ideia de que as atitudes permitem prever o comportamento das pessoas é válida como princípio, como explicação geral, que pressupõe um carácter estável e consistente na sua organização mental.
Porém, nem sempre assim acontece, havendo pessoas que defendem o pagamento de impostos por questões de solidariedade e justiça social, mas cometem fraudes na declaração de impostos; há também pessoas que amam os filhos, sacrificam-se por eles, desejam o seu bem-estar, mas aplicam-lhes violentos castigos corporais; há pessoas que se pronunciam contra o racismo, que têm amigos de outra cor de pele, mas opõem-se ao alojamento de ciganos no seu prédio; há pessoas que consideram que os ciganos roubam os produtos que vendem e têm-nos como desonestos e vigaristas, mas compram os objectos que eles vendem a “bom” preço.
Psicólogos sociais como Festinger falam a este respeito de dissonância cognitiva, referindo a existência simultânea de cognições que não se ajustam entre si. Por exemplo, se uma pessoa acreditar que fumar provoca o cancro e, apesar disso, continua a fumar, vive numa situação de dissonância cognitiva, facto que o deixa incomodado em virtude da contradição ou inconsistência psicológica em que se sente envolvido. É que nem sempre as atitudes resultam da conjugação harmoniosa dos factores intelectuais e afectivos. Há casos, como este, em que a componente afectiva é dominante. Assim, o fumador, sabendo dos malefícios do tabaco, devia pôr de lado os cigarros, o que eliminaria o seu mal-estar psicológico. Porém, não o faz, porque o cigarro lhe sabe bem. A consciência dos perigos que corre entra em conflito com o prazer de fumar e a vitória acaba por ser levada pela afectividade.
Para aliviar a tensão psicológica, é provável que a pessoa procure diminuir a importância dos elementos dissonantes, recorrendo a argumentos do tipo:

- Há fumadores de idade avançada que vendem saúde.

- Há pessoas que nunca fumaram e têm cancro.

- Ter cancro depende mais da predisposição genética do que do tabaco e na minha família não há casos de cancro.

- Mais vale morrer feliz aos 70 anos do que infeliz aos 80.

Segundo a teoria da dissonância cognitiva, para reduzir a tensão psicológica, as pessoas tendem a racionalizar e a distorcer a realidade, adoptando atitudes que se ajustem melhor ao seu comportamento.

Conclusão:

A dissonância cognitiva é o estado psicológico relativamente desagradável que pode viver-se quando tomamos consciência da discrepância entre as nossas atitudes e o nosso comportamento.

COMPONENTES DAS ATITUDES

As atitudes não são directamente observáveis, podendo ser inferidas a partir dos comportamentos, ou seja, daquilo que o indivíduo faz e diz. As actuações são o aspecto visível das atitudes que lhes estão na base. Em qualquer atitude é possível distinguir três componentes:

- Componente intelectual ou cognitiva:

Esta componente tem a ver com as crenças, ou seja, com aquilo que pensamos, que sabemos, ou que julgamos saber. Identifica-se com o que tomamos por verdadeiro. Quando afirmamos que a leitura desenvolve o espírito ou que o tabaco provoca o cancro, emitimos juízos que pensamos corresponderem à realidade por obterem confirmação na experiência e nas investigações científicas. [“eu penso, eu sei, eu julgo que…”].

- Componente emocional ou afectiva:

Esta componente é de carácter afectivo ou valorativo e refere-se aos sentimentos positivos ou negativos que nutrimos relativamente aos objectos, às pessoas, às situações e às ideias. Movemo-nos em função de preferências, afirmando “eu gosto” ou “eu prefiro”. Aprecio a leitura de bons livros? Que valor dou à saúde e à doença? Qual o prazer do tabaco?

- Componente comportamental:

É o resultado das interacções estabelecidas entre os elementos cognitivos e afectivos. Trata-se de uma predisposição ou intenção relativamente ao que pretendemos fazer ou dizer, ou seja, da tendência para reagir e actuar de dada forma. É o desejo de adquirir livros para ler, ou a vontade de não pôr um cigarro na boca.

Se o homem se dispusesse a agir apenas a partir da primeira destas componentes, o seu comportamento seria a expressão inequívoca e directa do seu modo de pensar. Em relação aos exemplos dados, todas as pessoas comprariam livros para ler e deixaria de haver fumadores. Porém, isso não se verifica. É que o homem não age apenas com base naquilo que sabe ou conhece. O que sabe tem que interagir com elementos relativos ao que aprecia, valoriza, prefere ou rejeita, antes de se determinar a agir num sentido positivo ou negativo.

ATITUDE E COMPORTAMENTO

As atitudes não são observadas directamente. São inferidas da coerência do comportamento que um indivíduo manifesta em relação a um objecto social. Se conhecermos a atitude de uma pessoa podemos prever o seu comportamento; se conhecermos o seu comportamento, podemos inferir a sua atitude.

Por exemplo, quando uma pessoa evita sistematicamente qualquer contacto com os membros de uma certa raça, quando manifesta indícios de aversão e desagrado na presença deles ou sempre que alguém os menciona, e quando repetidamente formula comentários depreciativos sobre os membros dessa raça, inferimos que essa pessoa alimenta atitudes negativas em relação a esse grupo social. A atitude negativa inferida (preconceito racial) é então usado para explicar o comportamento observado.

O que é a psicologia