O preformismo é uma teoria que sustenta a ideia de que no ovo já estão presentes todas as características futuras do indivíduo, independentemente do meio em que decorra o seu desenvolvimento. Assume uma posição determinista do desenvolvimento, não admitindo que haja lugar para o aparecimento de caracteres resultantes da acção do meio. Trata-se de uma teoria que admite, pois, que o ser humano se constitui em obediência a um programa preestabelecido geneticamente. Isto significa que o desenvolvimento não passa de uma actualização de estruturas hereditárias existentes no genótipo.
Investigações feitas na actualidade vieram demonstrar que a hipótese estritamente genética do preformismo não é suficiente para explicar os nossos caracteres, tendo que admitir o papel condicionante de factores provenientes do meio. É o caso da interferência do tabaco no tamanho dos fetos, por exemplo, que provoca uma tendência para os filhos das mães fumadoras nascerem mais pequenos e com menos peso que os bebés das mães que não fumam. Estes condicionantes dos caracteres hereditários, provenientes do meio, são conhecidos por factores epigenéticos em virtude de se situarem para além e acima da genética.
A epigénese assume uma posição construtivista do desenvolvimento, considerando-o como resultante da combinação integrada de efeitos de factores genéticos e do ambientais. Trata-se de uma tese que sustenta que os genes não são exclusivos na determinação das características do ser humano. A actuação do código genético processa-se sempre num ambiente em que os genes se expõem à acção condicionadora de factores interferentes de ordem externa.
Conclusão:
O preformismo é a tese segundo a qual o desenvolvimento individual prossegue um rumo predeterminado, em virtude da programação inscrita no código genético.
A epigénese é a tese segundo a qual o desenvolvimento do indivíduo se processa através da acção recíproca estabelecida entre a genética e o ambiente.