Bruner critica os cognitivistas de tendência computacional por perspectivarem a mente como um computador, funcionando da mesma maneira, dispondo ambos de entrada, processamento e saída de informação.
Segundo Bruner, não é correcto conceber a mente à imagem de um computador nem o seu funcionamento à imagem de um programa informático, porque o tipo de processamento de informação é diferente: a maneira de pensar da pessoa não pode ser vista de uma forma mecânica como a de um computador (input/output) porque a resposta comportamental do Ser Humano vai depender da sua interacção com o meio. A perspectiva computacional tem uma visão redutora, mecânica e formal da mente pois, segundo Bruner, a mente engloba a maneira de pensar, sentir, de agir e todo o mundo simbólico do pensamento, ideias e teorias que constituem o nosso contexto de vida. Outra crítica que Bruner faz a esta perspectiva, é que também tem de se ter em conta as vivências do homem que foi produzido pela linguagem, narrativas e símbolos de uma cultura ou de um determinado meio social, pois a pertença a um dado grupo social e cultural marca a forma como uma pessoa pensa e se comporta. Em suma, as pessoas pensam de forma diferente – fruto do contexto sociocultural. Os computadores não, pois processam a informação todos da mesma forma.
Ao defender que a mente humana não percorre os mesmos caminhos de um computador no que diz respeito ao processamento de informação, Bruner, diz-nos que o desenvolvimento da mente humana está ligado à construção de significados, criados pelos seres humanos na relação que estabelecem com o meio ambiente.
A mente, mais do que tratar a informação, cria/constrói significados na sua relação com o meio (é uma mente semântica), enquanto que o computador se limita a aplicar regras que alguém introduziu e que para ele são abstractas. Estes significados, criados pela mente não são arbitrários, porque a mente formou-se no decorrer de um período histórico, interagindo com a sociedade e com a cultura. Neste desenrolar de interacções, a mente foi interiorizando toda uma bagagem de símbolos linguísticos e significados que constituíam um património comum, partilhado pela comunidade. É com esta bagagem comum que a pessoa dará sentido às coisas e aos acontecimentos.
Neste processo a mente é criativa, produz sentido, é pessoal, subjectiva e insere-se num contexto social e numa determinada cultura.
É criativa, porque tem a capacidade de criar os mais variados e estranhos significados a todas as informações. Produz sentido, porque só podemos atribuir um significado à informação quando esse mesmo significado possui algum sentido para nós. É pessoal devido ao facto de ser algo interior e que só diz respeito à própria pessoa. É subjectiva no sentido em que conceitos iguais podem ser traduzidos em significados totalmente diferentes de pessoa para pessoa. Para além de ser pessoal e interior, também é partilhada com os outros, no sentido em que a pertença a um determinado grupo social irá condicionar a forma como os indivíduos pensam e se comportam.